Justiça determina prisão preventiva de acusado de espancar e matar mulher trans por R$ 22
19/12/2025
(Foto: Reprodução) Vídeo registra grito de socorro de mulher trans que morreu após ser agredida
A Justiça determinou a prisão preventiva do garçom Arthur Caique Benjamin de Souza, um dos acusados de espancar e matar a trans Alice Martins Alves após uma discussão por uma comanda de R$ 22 em um bar da Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A decisão foi assinada pela juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza.
O crime foi cometido em 23 de outubro deste ano. Câmeras de segurança flagraram o momento em que a vítima pediu ajuda e gritou por "socorro" (veja vídeo acima). Ela morreu dias depois, em 9 de novembro, em um hospital de Betim, na Grande BH (relembre o caso mais abaixo).
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De acordo com a denúncia, Alice teria deixado o estabelecimento sem pagar a conta, o que motivou a reação violenta do homem, que era funcionário do local. Conforme a investigação, o garçom perseguiu e agrediu a mulher com socos e chutes brutais, causando fraturas e perfuração intestinal.
A magistrada destacou que a medida contra Arthur Caique Benjamin de Souza, de 27 anos, é necessária para garantir a ordem pública. No entanto, o segundo acusado no processo, Willian Gustavo de Jesus do Carmo, de 20, que também trabalhava no bar, não teve a prisão decretada, porque a juíza entendeu que a participação dele ainda precisa ser melhor esclarecida.
No início de dezembro, os dois suspeitos foram indiciados por feminicídio.
Relembre o caso
No fim de novembro, a polícia ouviu o motoboy Lauro César Gonçalves Pereira, de 32 anos, que socorreu Alice. A vítima morreu em 9 de novembro, depois de ser internada em um hospital para tratar complicações das agressões que sofreu em 23 de outubro. O motociclista contou que chegou a tentar pagar os R$ 22 que motivaram o espancamento.
Inicialmente, ele pensou que se tratava de uma vítima de atropelamento, mas ouviu os xingamentos dos dois suspeitos e decidiu parar para ajudar. O entregador afirmou que os dois homens fugiram antes da chegada da Polícia Militar.
O motoboy também disse que não tinha ciência da gravidade dos ferimentos. Apenas dias após o ocorrido, ao se deparar com uma publicação sobre o caso nas redes sociais, fez um comentário revelando seu envolvimento no socorro.
"Eu vi uma postagem e falei com minha esposa: 'eu ajudei essa moça aí', e fiz um comentário lá no post. Daí esperei a polícia me acionar. Eu sempre agi dessa forma, minha mãe sempre me ensinou a ajudar as pessoas. Eu pararia para qualquer pessoa", contou.
Conforme a Polícia Civil, Alice só não morreu no local do crime porque o entregador interveio, interrompeu o espancamento e chamou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).
Alice Martins Alves, de 33 anos
Reprodução/Redes sociais